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sábado, 12 de fevereiro de 2022

AVÔ ZÉ

 Aqui vos apresento o Avô Zé. Pessoa vivida e respeitável, ancião desses meus tempos de criança.

 Com base na minha imaginação, pois não tenho qualquer outra referência à sua pessoa, construí este quadro. Quando pelos finais dos anos cinquenta e princípios dos sessenta, eu, então com menos de uma dúzia de anos corria livremente pelos saudosos campos que rodeavam a povoação onde nasci, o meu Cobre  hoje irreconhecível.

 Enfim...  O Avô Zé,  tinha como hábito regressar dos campos, não raras vezes, com um feixe de lenha para, dizia ele " aconchegar os seus animais ". 

Andava neste trabalho  até ao escurecer. Outros dias labutava também de Sol a Sol pelos seus amados campos de cultivo esmeradamente tratados.  Tinha família, claro, que por vezes eu via por ali. Sei-o hoje, era feliz assim e, diversas vezes o dizia.

 Ouvia-o contar histórias da sua juventude dos " bons tempos quando era novo como tu, " dizia -me com carinho.

Que imensa mágoa tive quando ele partiu para sempre. O bom e velho Avô Zé como era por todos conhecido e estimado.  Como é que um garoto poderia imaginar o que é o fim da vida?  Os anos decorreram e aqui estou eu, volvidos perto de setenta anos, a homenageá-lo como posso.


O AVÔ ZÉ



O AVÔ ZÉ