Aqui vos apresento o Avô Zé. Pessoa vivida e respeitável, ancião desses meus tempos de criança.
Com base na minha imaginação, pois não tenho qualquer outra referência à sua pessoa, construí este quadro. Quando pelos finais dos anos cinquenta e princípios dos sessenta, eu, então com menos de uma dúzia de anos corria livremente pelos saudosos campos que rodeavam a povoação onde nasci, o meu Cobre hoje irreconhecível.
Enfim... O Avô Zé, tinha como hábito regressar dos campos, não raras vezes, com um feixe de lenha para, dizia ele " aconchegar os seus animais ".
Andava neste trabalho até ao escurecer. Outros dias labutava também de Sol a Sol pelos seus amados campos de cultivo esmeradamente tratados. Tinha família, claro, que por vezes eu via por ali. Sei-o hoje, era feliz assim e, diversas vezes o dizia.
Ouvia-o contar histórias da sua juventude dos " bons tempos quando era novo como tu, " dizia -me com carinho.
Que imensa mágoa tive quando ele partiu para sempre. O bom e velho Avô Zé como era por todos conhecido e estimado. Como é que um garoto poderia imaginar o que é o fim da vida? Os anos decorreram e aqui estou eu, volvidos perto de setenta anos, a homenageá-lo como posso.
O AVÔ ZÉ |
O AVÔ ZÉ |
Sem comentários:
Enviar um comentário