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segunda-feira, 20 de junho de 2022

UM DIA DIFERENTE

 


 

 Naquele dia algo de diferente ocorreu... O senhor das campinas desse Ribatejo, o tão respeitado e temido Toiro bravo, assim designado pela sua natureza indomesticável, observou que outro respeitado senhor das serranias, montados e regiões inóspitas, havia " invadido " os seus domínios. Um grande e hirsuto javali, com as suas navalhas bem salientes, demonstrava querência por  aqueles terrenos. 

  Inadmissível tão temerário atrevimento... E foi assim que  iniciou de imediato uma investida. O javali ao aperceber-se de tão imponente figura em sua direcção, mais não fez do que retirar-se prudentemente. Pelo caminho e entre o ruído e movimentações destes " figurões, " surge uma tímida galinhola, a qual sem esperar mais e perigosos atropelos ao seu sossego, eleva-se nos ares rumo a outro local onde a paz e a tranquilidade seja apanágio.

 

A mesma obra fotografada com outra luminosidade. Qual delas a melhor ?

 


Acrílico sobre tela

Dimensões. 42 X 29,7 cm 

Autor. O signatário, em Junho de 2022


terça-feira, 17 de maio de 2022

PARDAIS NA ESPLANADA

 

PARDAIS. INSEPARÁVEIS AMIGOS CITADINOS DE ESPLANADAS AO AR LIVRE.

Serenamente uns e outros desfrutam agradáveis momentos de lazer. Aqui vemos estes nossos companheiros de esplanada esperando a sua vez de se servirem. Estes em self-service* como é vulgar vê-los, por vezes, junto de nós. Oxalá por muitos e bons anos.

 * Self-service é um sistema de atendimento que alguns estabelecimentos utilizam em que o próprio cliente se serve, realizando o serviço que em outra circunstância seria feito por um funcionário:

 

Obs. Esta obra já não pertence ao autor. Em Dezembro de 2022

 

quinta-feira, 14 de abril de 2022

A SURPRESA !

A RAPOSA BEM TENTOU...

PORÉM A GALINHOLA NÃO SE DEIXOU SURPREENDER.

 AMBOS OS ANIMAIS DESEMPENHAM AQUI, DO MEU PONTO DE VISTA, UMA DAS MUITAS E MULTIFACETADAS EXPRESSÕES QUE A NATUREZA OS DOTOU.

 A ARTE DA ASTÚCIA E A ARTE DA CAMUFLAGEM, ESTA ÚLTIMA QUE A GALINHOLA UTILIZA COM MESTRIA.

SEM VENCEDOR OU VENCIDO A " SAGA " CONTINUA NO DIA A DIA  DE CADA UM.




 

Acrílico sobre tela

dimensões de uma folha A3 ou seja; ( 42 X 29.7 cm )

Trabalho terminado em Abril de 2022

Autor. José Pinto Lopes

quarta-feira, 30 de março de 2022

UM DIA ...

 Decorriam os anos sem sobressaltos de maior. Conhecedor dos locais das brincadeiras em jovem, nada  impedia que no presente os visitasse com a mesma alegria e despreocupação.

Nos areais

 Sabedora, por experiência, desses pontos que  os coelhos  utilizam nas suas folganças, será conveniente, para si, proceder a uma revista aos mesmos não se vá dar o caso que, algum despreocupado lhe permita a aproximação desejada, afim de agir como os seus antepassados sempre o fizeram e dos quais ela é fiel seguidora. 


Sob um céu radioso. Pinheiros, dunas, arbusto, raposa e coelho. A vida para além do óbvio.

 Este cenário obtive-o numa área da Quinta da Marinha, em anos recuados. Meados dos anos 80 para ser concreto. Tentei reproduzir tudo o que os meus olhos viram. Foi num lapso de tempo. O coelho fugiu e a raposa não esperou por mim. Para finalizar; Toda esta vegetação foi destruída por um incêndio e hoje nada resta deste bucólico lugar, como era então.

 

Acrílico sobre papel.

Dimensões : 29,50 X 21 ( Mais ou menos uma folha A 4 )

Autor. José Pinto Lopes

Março de 2022


segunda-feira, 14 de março de 2022

A COURELA

 

 

 CASCAIS.  ANOS 50 E OS SEUS ARREBALDES SALOIOS.

 Apresento -vos aquilo que seria um aspecto quotidiano em meados da primeira metade do século passado, aqui, na região entre Cascais e a serra de Sintra. A courela e a habitação constituíam a aspiração maior do habitante da então região saloia em que toda esta área se inseria. A perdiz  existia em abundância por esses campos de antanho.

 (... ) " Quando pouco depois de sair de casa era logo mato e começavam a saltar perdizes " 

 

(... ) * 1* 1- Extrato da obra de Pedro Falcão " Cascais Menino.

     1º Volume. pág 34

     1ª edição. Ano de 1970

 

   O moinho de vento lá no alto  em pleno movimento, impelidas as suas velas por um vento  suão.

 A COURELA


" A zona interior do concelho é praticamente isenta de arborização. De uma maneira geral os terrenos desta zona são aproveitados para culturas de sequeiro nas quais predomina a cultura do trigo "            

 (... ) 2 - Monografia de Cascais. " Alguns aspectos sobre a agricultura " ( pág. 102 )

Edição da C.M.C. Ano 1969




Em plena laboração



O moinho no alto da Aldeia do Cobre

A perdiz entre os cereais

A casa e a courela do " ti Zé Timóteo " com o mesmo junto dela e o seu gatinho.

 

" O império do pequeno agricultor de carácter doméstico, pouco além da modesta subsistência, aliado à repulsa pela inovação tecnológica que moldava a mentalidade saloia, ocasionaram a manutenção de processos agrários ancestrais, vigentes até à extinção da ruralidade, no alvor dos anos Setenta do século passado "    ( ... ) 3

* 3 -Extrato da obra de  Maria Micaela Soares  " Saloios de Cascais. "

   1ª Edição.  Abril do Ano de 2013 -( pág: 135 )

        

Título da obra. A COURELA

Acrílico sobre tela

Dimensões: ( 42 X 29. 7 cm )

Em Março de 2022.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

PRELÚDIO

  Prelúdio é sinal ou indício do que há de acontecer no futuro; prelúdio significa também a primeira etapa para determinado desfecho.

No caso aqui em apreço uma galinhola e um javali olham -se presumo que surpresos. O recanto do bosque é morada de ambos mas coabitar é difícil. Que sucederá então ?


A GALINHOLA E O JAVALI

(...) As Galinholas são aves recatadas, timoratas, quase monásticas, e professam um desdém panteísta pelo sol do meio - dia e a alacridade estival. O seu meio regalado está nos crepúsculos e nas noites de luar. (...) * 1

SERÁ ENTÃO " A BELA E O MONSTRO " ?
 

Javali. Animal muito forte, violento e brutal, facilmente irritável e prontamente agressivo, dispondo de armas terríveis (...) Até o seu aspecto intimida (...) cerdas negras e ásperas eriçadas no testuz e garrote, aumentando consideravelmente o volume do animal; olhos pequeninos em que fulguram lampejos de malícia e malvadez; (... ) *2

* 1. Aquilino Ribeiro " O Homem Da Nave "

* 2.  " A Caça Em Portugal "

 

Obra de minha autoria sob o título em epígrafe

Acrílico sobre tela cartonada

dimensões; 24 X 30

Fevereiro de 2022

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

sábado, 12 de fevereiro de 2022

AVÔ ZÉ

 Aqui vos apresento o Avô Zé. Pessoa vivida e respeitável, ancião desses meus tempos de criança.

 Com base na minha imaginação, pois não tenho qualquer outra referência à sua pessoa, construí este quadro. Quando pelos finais dos anos cinquenta e princípios dos sessenta, eu, então com menos de uma dúzia de anos corria livremente pelos saudosos campos que rodeavam a povoação onde nasci, o meu Cobre  hoje irreconhecível.

 Enfim...  O Avô Zé,  tinha como hábito regressar dos campos, não raras vezes, com um feixe de lenha para, dizia ele " aconchegar os seus animais ". 

Andava neste trabalho  até ao escurecer. Outros dias labutava também de Sol a Sol pelos seus amados campos de cultivo esmeradamente tratados.  Tinha família, claro, que por vezes eu via por ali. Sei-o hoje, era feliz assim e, diversas vezes o dizia.

 Ouvia-o contar histórias da sua juventude dos " bons tempos quando era novo como tu, " dizia -me com carinho.

Que imensa mágoa tive quando ele partiu para sempre. O bom e velho Avô Zé como era por todos conhecido e estimado.  Como é que um garoto poderia imaginar o que é o fim da vida?  Os anos decorreram e aqui estou eu, volvidos perto de setenta anos, a homenageá-lo como posso.


O AVÔ ZÉ



O AVÔ ZÉ